Entre Gonzos e Parafusos
Autor: Paula Parisot
Editora: Leya
Ano: 2010
Edição: 1
Páginas: 172
Original: Entre Gonzos e Parafusos
A psicanálise é um dos meus temas favoritos desde adolescente. E este livro apresenta de forma poética o delírio e a psicanálise, contando a história de uma jovem psicanalista chamada Isabela, que é obcecada por uma pintura de Elizabeth Bachofen-Echt, uma baronesa que ganhou notoriedade como musa e modelo do pintor austríaco Gustav Klimt.
Isabela é apaixonada por Frederico, com quem tem um relacionamento esporádico e fugaz. Ela descobre depois, que apesar de Frederico gostar e sentir um afeto muito grande por ela, ele se divide e nunca entrega-se por completo por causa de um amor proibido e mal resolvido. O livro nos faz imergir em um universo introspectivo e limitado pela insanidade. É narrado em primeira pessoa, e por vezes nos perdemos entre a realidade e a loucura. Após a resolução da personagem de internar-se em uma clínica de repouso, saímos do ambiente normal de problemas e situações do cotidiano e transitamos para o terreno poético da loucura e poesia.
Uma curiosidade sobre o lançamento deste livro foi que a autora, Paula Parisot, ficou uma semana confinada em um pequeno quarto de acrílico, instalado em uma livraria de São Paulo, de modo a encarnar as ações da protagonista. Falava sozinha, gritava, escrevia. Uma experiência sensorial e dotada de um pouco de voyeurismo. Uma estratégia de lançamento performática.
Destaque:
“Jamais saberei o que é morrer. Ninguém sabe, uma vez que não se vive a experiência de morte. Logo estamos condenados a viver eternamente.”
Ótimo conteúdo, muito bem escrito e interessante. Parabéns!