Autora: Cammie McGovern
Editora: Galera Record
Ano:
Edição: 1
Páginas: 336
Original: Say What You Will
Dedicatória:
Para minha mãe e meu pai. Em seus 54 anos de casamento, vocês são exemplos perfeitos da minha crença de que as maiores histórias de amor começam com grandes amizades…
O fim de ano reserva momentos especiais em família. Por ser um período festivo, a gente sempre aguarda bons sentimentos, votos de um ano melhor, com leveza e amor. A esperança da leveza e do amor nortearam a escolha deste livro.
Peguei este sick-lit pela capa, a qual achei de uma delicadeza infinita. Narrado em terceira pessoa, conta a história de dois adolescentes, Amy e Matthew. Amy tem paralisia cerebral, oriunda de um aneurisma ocorrido no seu nascimento. Ela usa andador, tem um aparelho sintetizador de voz chamado Pathway que a ajuda a falar (ela digita com sua mão “boa”) e precisa da ajuda de cuidadores profissionais durante o período de aulas, já que tem dificuldades motoras. Ela conhece Matthew da escola, mas somente superficialmente. É quando ela tem a brilhante ideia de arrumar alunos cuidadores da própria escola, para ajudá-la na interação social.
Sua mãe superprotetora Nicole, reúne os candidatos e faz uma mini palestra cheia de instruções e advertências acerca das necessidades de Amy. Matthew é um deles.
A amizade com Matthew surge de forma natural. E apesar de sua aparência “normal”, Matthew é refém de TOC. Esse medo irracional de coisas ruins acontecerem devido ao não cumprimento de tarefas ditada por uma voz em sua cabeça, acabavam transformando-se em rituais, fazendo com que seu grau de introversão e reclusão aumentasse a cada dia mais.
Ambientado nos dias atuais, com muitos diálogos feitos por troca de mensagens, emails e idas ao Outback, é um romance bem humorado para você ler em um ou dois dias. A leitura fluida só perde o ritmo no final, quando o enredo acelera e um acontecimento inesperado ocorre com Amy. Apesar de o desfecho não ter me emocionado, a leitura vale à pena.
Destaques:
[1] – Perguntei se eu poderia ajudar porque nunca fui capaz de fazer isso por ninguém. Queria ver se eu conseguia. É terrível ser sempre a pessoa que precisa de ajuda. Me desculpe se me enganei. Esse negócio de ter amigos é tão novo pra mim que às vezes cometo erros.
[2] Mas concluí que é possível amar alguém por razões inteiramente altruístas, por
todas as suas falhas e fraquezas, e ainda assim não ter este amor
correspondido. É triste, talvez, mas não trágico, a menos que você fique
buscando seus afetos esquivos para sempre.
[3] Nossas fraquezas se combinam muito bem. Nós preenchemos as lacunas
um do outro.
[4] Mas isso não tinha importância. Tudo já tinha acabado, exceto pela parte da papelada e das festas. Alguns alunos do último ano tinham deixado de ir à escola completamente. Com tempo extra e nada para fazer, Matthew começou a ler. Leu tudo de J.D. Salinger, que era surpreendentemente engraçado até ficar estranho e impenetrável. — ELE NUNCA SE RECUPEROU DA ÉPOCA QUE PASSOU NA GUERRA — explicou Amy. — Ou na escola — supôs Matthew.