Depois tive apresentações na Graduação, no Mestrado, na Pós e claro, no trabalho. Infelizmente, nunca mais consegui repetir o sucesso do dia dos diodos.
Coincidentemente, a Carol disse que havia esta sugestão de livro com técnicas de apresesentação, e acabei lendo. A leitura é bem divertida. Conhecemos algumas histórias de bastidores do TED e sugestões interessantes de palestras (incluindo da Monica Lewinsky!).
O livro é rico no que se refere ao aprendizado da arte de falar em público. Após refletir em como faria esta resenha, acabei optando por não falar nada. É difícil de limitar o que pode ser útil pra você na hora de falar em público. Por isso selecionei algumas passagens e convido você a experimentar a leitura.
[2] Quando subiu ao palco, dava para notar que estava nervoso, mas isso só o tornou mais cativante. Ele começou a falar, e a plateia prestou atenção em cada palavra — e sempre que ele sorria a plateia se derretia. Quando acabou, as pessoas simplesmente se levantaram e aplaudiram. O caso de Richard pode incentivar você e todos nós a crer que somos capazes de dar uma palestra decente. Seu objetivo não é ser um Winston Churchill ou um Nelson Mandela. É ser você. Se você é cientista, seja cientista; não tente ser um militante. Se é artista, seja artista; não tente ser um acadêmico. Se é um sujeito comum, não queira simular um impressionante estilo intelectual; seja esse sujeito comum. Você não tem obrigação de fazer uma multidão se pôr de pé com uma oratória notável. Um tom de conversa pode funcionar muito bem. Na verdade, para a maioria das plateias, é bem melhor assim. Se você sabe conversar com um grupo de amigos durante o jantar, também sabe falar em público.
[3] Uma apresentação mais curta não significa de modo algum menos tempo de preparação. Certa vez, perguntaram ao presidente americano Woodrow Wilson quanto tempo ele levava para preparar um discurso, no que ele respondeu: Depende da extensão. Se durar dez minutos, preciso de não menos do que duas semanas para me preparar; se for de meia hora, preciso de uma semana; mas, se eu puder falar o tempo que quiser, não preciso me preparar. Fico pronto na hora. Isso me lembra uma citação famosa, atribuída a vários grandes pensadores e escritores: “Se eu tivesse mais tempo, teria escrito uma carta mais curta.”
[4] Há dois segredos para se revelar um sonho com eficácia: Pinte um quadro nítido da alternativa futura que você almeja. Faça-o de um jeito que outras pessoas também passem a desejar esse futuro.
[5] A finalidade principal dos recursos visuais não deve ser comunicar palavras. A boca do palestrante já faz isso muito bem. A finalidade dos recursos visuais é mostrar aquilo que a boca não mostra tão bem: fotografias, vídeos, animações e dados importantes.
[6] Usada assim, a tela pode explicar num instante o que, de outra forma, tomaria horas. No TED, nosso usuário de recursos visuais preferido é Hans Rosling. Em 2006, ele mostrou uma sequência de gráficos animados que durou 48 segundos. Mas nesses 48 segundos ele transformou o modelo mental que tínhamos do mundo em desenvolvimento. E acontece que não tenho como explicá-los a quem não os viu. Isso exigiria vários parágrafos, e mesmo assim eu não chegaria nem perto do objetivo. A questão é exatamente essa. Era necessário vê-los numa tela. Procure no site do TED “Hans Rosling mostra as melhores estatísticas que você já viu”. (O trecho começa aos 4:05.) Nem todo mundo pode ser um Hans Rosling, mas todo mundo pode se perguntar: “Recursos visuais são indispensáveis para explicar o que eu quero dizer? Se forem, qual é a melhor forma de combiná-los com minhas palavras de modo que a interação seja intensa?”
[7] TRANSIÇÕES Para muitos palestrantes, as transições entre slides constituem uma temida areia movediça. A regra prática é a seguinte: evite quase todas. Shimmer, sparkle, confetti, twirl, clothesline, swirl, cube, scale, swap, swoosh, fire explosions e dropping and bouncing são transições do Keynote. Eu só as uso para criar humor e ironia. São artifícios chamativos e desviam a atenção, que sai das ideias e cai na mecânica do software. Há duas transições de que eu gosto: cut (um corte instantâneo, como na edição de um filme) e dissolve. Não usar nenhuma (ou usar cut) é excelente quando você quer uma resposta instantânea ao clique; e dissolve parece natural, se configurada para um intervalo de, no máximo, meio segundo. Cortar (cut) e dissolver (dissolve) têm dois significados subconscientes: com cortar, você está passando para uma ideia nova, e ao dissolver os dois slides têm alguma relação. Essa regra não é rígida, mas vale. Você pode usar as duas formas de transição na mesma apresentação. Se não houver motivo para transição, não use. Em resumo: a transição nunca deve chamar a atenção.
[8] O maior comunicador corporativo dos últimos tempos, Steve Jobs, não chegou lá apenas com talento. Dedicou horas a cuidadosos ensaios para lançar cada produto importante da Apple. Ele era obcecado pelo detalhe.
[9] Até Bill Gates, um dos homens mais ocupados do mundo, dedica bastante esforço a aprender e ensaiar suas Conferências TED. Já houve um tempo em que ele foi considerado um orador fraco. Levando a sério a preparação, ele deu a volta por cima e ministrou influentes palestras sobre saúde pública, energia e educação.
[10] A economia do conhecimento requer algo diferente. Cada vez mais, o conhecimento especializado, tradicionalmente dominado por seres humanos, vem sendo assumido por computadores. O petróleo não é mais localizado por geólogos, mas por softwares que analisam uma vasta quantidade de dados geológicos em busca de padrões recorrentes. Hoje, os melhores engenheiros civis não precisam calcular à mão as tensões e deformações de um novo edifício; modelos computacionais ocupam-se disso. Praticamente todas as profissões foram afetadas. Eu assisti a uma demonstração do sistema cognitivo IBM Watson. Seu objetivo era diagnosticar um paciente que apresentava seis sintomas específicos. Enquanto médicos coçavam a cabeça e pediam uma série de exames para obter mais dados, o Watson, em poucos segundos, leu quatro mil trabalhos de pesquisa recentes e relevantes, aplicou algoritmos de probabilidade a cada sintoma e concluiu, com 80% de certeza, que o paciente sofria de uma enfermidade rara da qual apenas um dos médicos tinha ouvido falar. Nesse ponto, as pessoas começam a se sentir deprimidas. Começam a fazer perguntas como: “Num mundo em que as máquinas rapidamente se tornam superinteligentes em qualquer tarefa especializada a que as submetemos, para que servem os seres humanos?” É uma pergunta importante. E a resposta dá o que pensar. Para que servem os seres humanos? Os seres humanos servem para ser mais humanos do que jamais fomos. Mais humanos na forma como trabalhamos. Mais humanos naquilo que aprendemos. E mais humanos no modo como dividimos esse saber uns com os outros.
[11] Nosso futuro não será mais assim. Tudo o que puder ser automatizado ou calculado acabará sendo. Bom, nós podemos temer essa situação ou podemos aceitá-la e aproveitar a chance para descobrir um caminho mais rico para uma vida plena. Como será esse caminho? Ninguém sabe ao certo. No entanto, ele provavelmente incluirá: Mais pensamento estratégico sobre sistemas. As máquinas se encarregarão do trabalho pesado, mas nós teremos de definir a melhor forma de fazê-las atuar de forma eficiente umas com as outras. Mais inovação. Diante das imensas possibilidades criadas por um mundo interconectado, quem for capaz de realizar uma inovação genuína terá enormes vantagens. Mais criatividade. Os robôs realizarão muitas atividades que hoje cabem a nós, o que levará a uma explosão na procura de criatividade humana, seja na área de invenções técnicas, design, música ou artes. Mais utilização de valores exclusivamente humanos. Os serviços pessoais florescerão, desde que as qualidades humanas inerentes a eles sejam cultivadas. Será possível criar um barbeiro robótico, mas será que o serviço prestado por ele substituirá a conversa prazerosa de um hábil profissional que às vezes age também como terapeuta? Duvido. O médico do futuro talvez possa solicitar a genialidade do sistema Watson para ajudá-lo em diagnósticos, mas isso deve lhe permitir dedicar mais tempo a compreender de verdade as circunstâncias humanas de seus pacientes. Se uma parte disso tudo se concretizar, provavelmente exigirá um tipo de conhecimento bem diferente daquele que a Era Industrial nos impunha.