Original: 13 Reasons Why
Gosto da temática. Tenho sangue japonês, não posso negar as raízes. Terminei de ler este livro em meados de Abril, mas só agora sentei para escrever.
Confesso que havia pego este livro para ler no início do ano (por causa da temática e da capa, confesso também), mas havia outros livros na frente e acabei deixando para trás. Não imaginava o boom que este assunto causaria, principalmente com a popularização da visão do seriado que foi baseado na obra, produzida pelo Netflix (Selena Gomez está de parabéns). Este assunto movimentou as redes sociais, e não é para menos.
Conhecemos Hannah, uma adolescente normal, que muda de escola e vira assunto repentino. As coisas saem do controle quando ela começa a sofrer bullying na escola, por causa de uma lista das “melhores bundas da escola”, mas o grande estopim é desencadeado a partir de um acontecimento que Hannah presencia. Hannah deixa postumamente, 7 fitas cassete, com 13 nomes dos colegas e histórias que, seguindo sua ótica, explicam os motivos do suicídio de Hannah. São estas histórias que permeiam a trama e fazem o leitor entrar na narrativa, e mergulhar, ainda que sutilmente, nos pensamentos (até aqui apenas deprimidos, sem flashes suicidas).
A série, por motivos óbvios, é mais completa e densa (principalmente na forma como aborda, de forma explícita, a maneira como você pode se cortar), pois a produção precisou rechear os 13 capítulos com subtramas que não existiam no livro. Há quem diga que a cena final de Hannah é perturbadora (particularmente, ainda não vi).Estive refletindo durante esse tempo todo sobre como a vida é muito curta. Isso é ao mesmo tempo um paradoxo, porque a que a sexta-feira sempre demora a chegar, eu também penso. Mas, falando sério agora, eu sempre me pego pensando em como eu teria feito as coisas diferentes se eu tivesse uma segunda chance de refazê-las. Por que suicídio ainda é um tabu? Por que você não tem direito de fazer o que bem quiser com a sua vida?
A minha geração foi marcada por um suicídio, que, pelo menos para mim, foi muito significativo: em 1994, morria aos 27 anos, Kurt Cobain, para sempre o eterno líder da melhor banda grunge de todos os tempos. Os anos nos quais passei na UERJ também foram marcados pelos constantes suicídios. Pessoas aleatórias (não necessariamente do corpo discente) se dirigiam ao último andar da Universidade e se jogavam. Que morte libertadora deve ser você voar, até cair, já sem sentidos, no solo duro da realidade, a qual deixou para trás.
Há rumores que haverá uma segunda temporada no Netflix. Vou tentar assistir a primeira.