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Original: Brokeback Mountain

Há algo de poético em amar alguém e não poder ficar com ela. Seja por desencontros da vida, por platonismo ou apenas por timidez. Não estou sendo simplista em afirmar que sofrer por amor é puramente poesia, é mais do que isso. É a prova de que há algo muito maior a ser feito para que você encontre a plenitude.
Jack Twist e Ennis Del Mar se conheceram no verão de 1963 em Wyoming durante as atividades de pastoreio ao redor da montanha Brokeback. Ambos tinham menos de vinte anos e são os típicos caubóis do Texas. Em uma noite fria e após muito álcool, os dois começam a se envolver sexualmente, por iniciativa de Jack, mas correspondido por Ennis.
A imposição da heterossexualidade da sociedade norte americana daquela época é relatada através das conversas e da falta de coragem de assumirem-se publicamente. Ao longo de vinte anos, os dois seguem em seus encontros (furtivos, mas cheios de química e amor) no recanto que a montanha de Brokeback se tornou. Jack sempre tentou convencer Ennis que os dois dariam certos juntos, mas Ennis nunca assumiu o que sentia por completo.
A despedida era sempre a pior parte pois era quando Jack e Ennis sabiam que não teriam mais a montanha como cúmplice de sua história: “Quando a gente se separou depois de receber a grana eu tive uma dor no intestino tão forte que parei e tentei vomitar, pensei que tinha comido alguma coisa estragada naquele lugar em Dubois. Levei um ano pra perceber que era porque eu não devia ter deixado você sair de perto de mim. Mas já era bem, bem tarde.”
Infelizmente o final do livro é trágico (não muito diferente da homofobia de hoje em dia).
A adaptação cinematográfica feita por Ang Lee é bonita e retrata fielmente a história de Proulx.
Destaque:
[1] Havia algum espaço vazio entre o que ele conhecia e aquilo em que tentava acreditar, mas nada podia ser feito, pois se não tem jeito, deve-se aguentar.