A Lição Final
Autor: Randy Pausch
Editora: Agir
Ano: 2008
Edição: 1
Páginas: 253
Original: The Last Lecture
Dedicatória:
Em agradecimento aos meus pais que me permitiram sonhar, e na expectativa dos sonhos que meus filhos terão.
Lembro bem da comovente matéria exibida no Fantástico há alguns anos sobre o professor Randy Pausch, que fora diagnosticado com câncer (terminal) no pâncreas. Imaginem a surpresa que tive ao ganhar de um grande amigo do trabalho.
Randy sabe que tem apenas 6 meses de vida (um tempo estimado pelo seu oncologista). Apesar de ser um diagnóstico muito triste e devastador, ele tenta encarar a situação da melhor maneira possível. O livro apresenta frases inspiradoras e bastante motivacionais como: “Os obstáculos existem por algum motivo. Não está ali para nos impedir de entrar. Eles existem para nos dar uma chance de mostrar a força de nossas aspirações.”
Como professor universitário, marido e pai de 3 filhos pequenos, Randy planejou da melhor maneira possível uma forma de passar mais tempo com a família e amigos. De verdade, achei que o livro revelaria a célebre “última palestra” que ele deu. Para minha surpresa, o livro relata apenas os bastidores da preparação e apresentação. Isto não torna o livro menos especial.
O livro é narrado em primeira pessoa, e por isso consegui me identificar em alguns momentos com Randy. Principalmente no amor que ele sente pelos pais, pela família e principalmente na gana que ele tem de sempre querer ajudar a realizer o sonho (de infância ou não) do próximo.
O livro convida o leitor à reflexão sobre temas como a morte, a ausência, o amor e a superação. Leia. Se você estiver passando por algum momento parecido. Leia. Se você estiver desmotivado por algum obstáculo que está atravessando o seu caminho. Leia.
Acredito que não escolhemos os livros, os livros que nos escolhem. Digo isto porque atualmente a sombra da desmotivação profissional cerca-me aos poucos. Felizmente, a leitura deste livro me fez repensar na vida, no sentido de nossa existência no Universo, bem como no valor da dignidade do trabalho e a importância de encarar com otimismo os percalços e infortúnios da vida.
Destaques:
[1] “Quase todo dia cito meu pai. Faço isso porque quando você tenta ensinar algo novo, muita gente tende a não prestar atenção. Mas se você se refere a experiência de outra pessoa, tudo parece menos arrogante e mais aceitável. Naturalmente se você tem alguém como meu pai, é inevitável citá-lo em todas as oportunidades possíveis.
Ele me ensinou a me encaminhar na vida. Dizia coisas assim: “Só tome uma decisão se for necessário.” Ele também me advertiu para ser justo, mesmo que eu estivesse em posição superior, no trabalho ou em meus relacionamentos. “O simples fato de estar ao volante não significa ter o direito de passar por cima dos outros”.
[2] “Estávamos no fim da década de 1970, por isso escrevi: “Discoteca é um saco!” Mamãe achou vulgar. Certo dia, sem que eu visse, ela passou tinta por cima da palavra “saco”. Foi a única interferência que ela fez.
Meus amigos ficavam sempre muito impressionados: “Não acredito que seus pais tenham deixado você pintar o quarto!”
Embora minha mãe não tivesse achado ótimo na ocasião, nunca mandou repintar o quarto, mesmo décadas depois de eu ter saído de casa. Na verdade, com o tempo, o quarto se transformou no cômodo principal quando ela mostrava a casa às visitas. Mamãe recomeçou a concluir que as pessoas achavam muito interessante. E que ela fora legal por me deixar fazer aquilo.
Isto serve para todos os pais: se seus filhos quiserem pintar os respectivos quartos, façam-me o favor de permitir. Será muito bom. Não se preocupem com o valor de revenda do imóvel.”
[3] “O treinador Graham costumava exigir muito de mim. Lembro-me de um treino em particular.
— Pausch, você está fazendo tudo errado. Volte! Repita! — Tentei fazer o que ele queria. Não foi suficiente. — Está me devendo, Pausch! Vai fazer flexões depois do treino.
Quando eu finalmente acabei, um dos treinadores assistentes se aproximou para me animar:
— Hoje o treinador Graham exigiu muito de você, não foi?
Eu mal consegui balbuciar um “sim”.
O treinador assistente comentou:
— Isso é bom! Se você se esforça e ninguém lhe diz nada é sinal de que desistiram de você.”
[4] O tempo é tudo o que possuímos. E talvez um dia constatemos que possuímos menos do que julgávamos.
[5] (…) Suas histórias transmitem a mensagem de que reclamar não funciona como estratégia. Todos nós temos tempo e energia finitos. É improvável que o tempo que passamos nos lamentando nos ajude a alcançar nossos objetivos. E tampouco nos fará felizes.
[6] “Tenho consciência de que Chloe não se lembrará de mim. Ainda é pequena demais. Porém, quero que ela cresça sabendo que fui o primeiro homem a se apaixonar por ela. Sempre achei que o relacionamento de pai e filha era descrito com exagero. Mas posso afirmar que é real. Às vezes ela me olha e eu me derreto.”