A Culpa É Das Estrelas
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Ano: 2012
Edição: 1
Páginas: 288
Tradutor: Renata Pettengill
Original: The Fault In Our Stars
Conheço John Green, o vlogger nerd há um tempo. Pra quem não conhece, ele tem um canal bem famoso no Youtube. Em resumo, John e seu irmão Hank, decidiram que em 2007, não se corresponderiam mais por mensagem de texto. Eles trocariam apenas mensagens de vídeos em um canal público, para quem quisesse ver. A ideia foi tão legal que o canal se tornou famoso e até eu me tornei uma nerdfighter em um dado momento. Já John Green, o autor, só vim a conhecer em Outubro de 2012, quando li, por simpatia com o título o “A Culpa é das Estrelas”.
Este livro é especial. Não é apenas um YA como a enxurrada que temos por aí, tampouco um sicklit com açúcar.
A personagem principal é Hazel Grace, uma adolescente de 16 anos, que há 3 anos trava uma batalha contra um câncer terminal. Por conta disso, abandonou a escola há algum tempo e passa boa parte de sua vida assistindo “America’s Next Top Model”. Hazel é irônica, com um humor negro e ácido, e tem como livro favorito o “Aflição Imperial”, que relê de tempos em tempos. Identifiquei-me de cara com ela, só que no meu caso, releio alguns trechos de “Os sofrimentos do Jovem Werther”, que em parte, também consigo recitar de cor.
Hazel se apaixona por Augustus Waters, o Gus, de 17 anos, ex-jogador de basquete que perdeu a perna para o osteosarcoma. Sinceramente, não vejo outra saída a não ser se render a tamanha fofura personificada. Em um dado momento, Gus diz à Hazel: “Seria uma honra ter o coração partido por você”. Hazel e Gus são totalmente díspares: ela é introvertida e ferina, ele é extrovertido e romântico. Mas se engana quem pensa que A Culpa É Das Estrelas só trata de temas morosos e melancólicos. Definitivamente, não mesmo. Trata-se do prazer da descoberta do primeiro amor (como disse o Augustus: “Tenho sentido vontade de ligar para você quase de minuto em minuto”), da desconstrução do medo de amar, mesmo quando sabemos que a morte apresenta-se de forma iminente. Trata-se da possibilidade de, em meio às consequências que o câncer acarreta, darmos um novo sentido à vida.
Particularmente, uma passagem que me chamou bastante a atenção foi a utilização de uma representação do Diagrama de Venn em um bilhete. Ah, ok, você não é de exatas e não lembra o que é um Diagrama de Venn? Vou facilitar a sua vida: leia sobre o Diagrama de Venn.
Até o presente momento, já contagiei 13 pessoas com este livro. Sempre que posso recomendar uma leitura leve e que traga uma mensagem de esperança do amor às pessoas, mesmo que ela adentre apenas um pouquinho no coração de cada uma, recomendo “A Culpa é das Estrelas”. Já mobilizei pessoas diferentes, com gêneros literários diferentes, com infinitos diferentes. Afinal, como diriam Hazel e Gus, “alguns infinitos são maiores do que outros”.
Destaques:
[1] “A tristeza não nos muda, Hazel. Ela nos revela.”
[2] “– Dói? – perguntei.
– Não. É só que. – Ele ficou olhando para o teto por um bom tempo antes de dizer: – Eu gosto deste mundo. Gosto de beber champanhe. Gosto de não fumar. Gosto do som de holandeses falando holandês. E agora… não vou ter nem a chance de batalha. Não vou ter nem a chance da luta.
– Você pode batalhar contra o câncer – falei. – Essa é a sua batalha. E você vai continuar lutando – disse para ele. Odiava quando as pessoas tentavam me encorajar para me preparar para a batalha, mas diz isso com ele mesmo assim. – Você vai… você vai… vai viver o melhor da sua vida hoje. Essa é a sua guerra agora.”
[3] ”Estou apaixonado por você e não quero me negar o simples prazer de compartilhar algo verdadeiro. Estou apaixonado por você, e sei que o amor é apenas um grito no vácuo, e que o esquecimento é inevitável, e que estamos todos condenados ao fim, e que haverá um dia em que tudo o que fizemos voltará ao pó, e sei que o sol vai engolir a única Terra que podemos chamar de nossa, e eu estou apaixonado por você.”
[4] “- Vai chegar um dia – eu disse – em que todos vamos estar mortos. Todos nós. Vai chegar um dia em que não vai sobrar nenhum ser humano sequer para lembrar que alguém já existiu ou que nossa espécie fez qualquer coisa nesse mundo. Não vai sobrar ninguém para se lembrar de Aristóteles ou de Cleópatra, quanto mais de você. Tudo o que fizemos, construímos, escrevemos, pensamos e descobrimos vai ser esquecido e tudo isso aqui vai ter sido inútil. Pode ser que esse dia chegue logo e pode ser que demore milhões de anos, mas, mesmo que o mundo sobreviva a uma explosão do Sol, não vamos viver para sempre. Houve um tempo antes do surgimento da consciência nos organismos vivos, e vai haver outro depois. E se a inevitabilidade do esquecimento humano preocupa você, sugiro que deixe esse assunto para lá. Deus sabe que é isso que todo mundo faz.”
[5] ” – Esse é o problema da dor – o Augustus disse, e aí olhou para mim – Ela precisa ser sentida.”
Carolina,
Acabei de ler esse livro.
Com certeza você contagiou mais uma pessoa.
Achei que foi uma linda estória de amor, vivida intensa e generosamente, dentro de um curto espaço de tempo infinito (pois, como disse o poeta, foi infinito enquanto durou).
Para uma obra de ficção, achei que o autor escreveu com muito conhecimento de causa, o que me fez achar que as pessoas que se encontram nesta situação, realmente pensam como os personagens.
Muito comovente e, ao mesmo tempo, irreverente.
Obrigado, O.K. ?
Nelson,
Fico muito feliz por você ter gostado da história. Amigos são pra isso, pra recomendar livros, pra dar carona, pra dar bombom.
Espero poder contagiar você sempre, ok?
Beijos.
Carolina,
Fico muito feliz e orgulhoso de ser seu amigo.
Você é uma excelente pessoa: inteligente, educada, instruída, delicada e com um coração enorme.
Parabéns e sucesso!
Beijos!!!!