O Pequeno Príncipe
Autor: Antoine de Saint-Exupéry
Editora: Agir
Ano: 2009
Edição: 48ª
Páginas: 96
Original: Le Petit Prince
É, finalmente li O Pequeno Príncipe.
Uma das memórias da minha longínqua infância é assistir aos episódios que passavam no SBT baseados no livro do Pequeno Príncipe. Lembro da rosa, do príncipe, do planeta, e acho que até da raposa.
Aos trinta anos, deparei-me com essa falta de bom senso que havia dentro de mim: nunca tinha lido O Pequeno Príncipe. Acho que nunca dei bola pro Le Petit Prince porque o estigma de que toda mulher bonita com intuito de ser miss tinha a obrigação de ler se quisesse tornar-se uma miss. É, eu nunca fui bonita e nunca quis ser miss. Agora afirmo com convicção que ainda não entendi por que este livro povoa o imaginário coletivo missólogo.
O livro tem um tom ingênuo, que me deixou intrigada durante toda a leitura, por justamente apresentar-se tão básico e ao mesmo tempo tão complexo e misterioso. Possui uma narrativa com um tom poético um pouco melancólico. Quem não conhece o célebre axioma “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”? Muitos acreditam que é um livro para crianças. Acho que de certo modo, é também para nós, adultos, pois todo homem carrega dentro de si o menino que já foi um dia. Ou ao menos, deveria.
Narrada por um aviador, que caiu com seu avião no Deserto do Saara por causa de uma pane, e que se depara com um Pequeno Príncipe, uma criança que não desiste de perguntar até que ouça a resposta. Conhecemos a trajetória deste Pequeno Príncipe e os vários planetas que visitou. Em cada um destes países, existe uma lição de moral, um aprendizado para o leitor. O livro retrata o valor da amizade, o cativar, o entender, o cuidar e o respeitar. É uma obra infantil, mas decerto, madura em sua essência. Algumas mensagens subliminares são postas no livro, e muitos que leram apenas uma vez, não devem ter captado a essência que é a maturidade exposta na obra.
Na edição que ganhei, constam as aquarelas oficiais feitas pelo próprio Antoine de Saint-Exupéry, com alguma citação do texto. Há uma versão ainda mais delicada e especial deste livro, com as gravuras em relevo. Ideal para crianças e adultos que sabem apreciar os ensinamentos desta espécie de “cartilha dos sentimentos”.
Uma curiosidade é que há boatos que Antoine de Saint-Exupéry tenha visitado Natal (Rio Grande do Norte) pilotando um avião de guerra, e que plantou uma árvore chamada baobá, antes de escrever o livro.
Destaques:
[1] “- Quando a gente anda sempre em frente, não pode mesmo ir longe…”
[2] “É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas.”
[3] “Mas se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo…”
[4] “Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz.”
[5] “– Adeus – disse a raposa. – Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.”
[6] “– Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”
Clássico. Lembro de ter uma edição quando pequeno, mas infelizmente o tempo deu cabo dela. Acho que comprarei um novo, pois é um livro que merece ser lido e relido.